Seguem abaixo, algumas dicas para aumentar a vida útil do pneu:

Alta Velocidade

A alta velocidade provoca um flexionamento excessivo da carcaça resultando em superaquecimento dos pneus, aumentando o desgaste da banda de rodagem. Curvas em alta velocidade, provocam maior arrasto dos pneus e originam um desgaste maior na área dos ombros.

Sobrecarga

Na substituição de um pneu verifique o índice de carga e velocidade. Observe se este é o pneu recomendado para o veículo conforme o manual do proprietário, pois quando o peso aplicado sobre o pneu excede ao especificado, compromete-se a sua durabilidade (quilometragem), e aumentam-se os riscos de alterações estruturais ou estouros.

Desgaste Máximo

A resolução do Contran 558/80 estabelece o limite máximo de desgaste de um pneu em 1,6 mm de profundidade nos sulcos da banda de rodagem. A fim de facilitar a visualização, existe um indicador de desgaste (TWI) no fundo do sulco.

O desgaste além do máximo, pode ocasionar:

  • Derrapagens nas curvas, freadas e acelerações.
  • Instabilidade em pistas molhadas (aquaplanagem).
  • Risco de estouros.

Os riscos de um pneu desgastado

Quanto menor a profundidade dos sulcos, maior a probabilidade de aquaplaneagem. A aquaplanagem é o efeito que ocorre quando as ranhuras não dão conta de drenar a água existente entre a borracha e o asfalto, fazendo com que o pneu se movimente sobre uma película de água, praticamente sem atrito com o asfalto. A maioria dos acidentes rodoviários envolvendo um único veículo, em dias de chuva, deve-se ao fenômeno da aquaplanagem. Para se ter uma noção de grandeza, um pneu novo a 90 km/H pode drenar até 5 litros de água por segundo, dependendo das condições de microdrenagem da superfície do asfalto.

Além da profundidade dos sulcos, a probabilidade de aquaplanagem varia conforme as condições e volume de água da pista, a velocidade e pressão de calibragem do pneu.

Caso haja bolhas ou deformações, o pneu deve ser prontamente substituído, independentemente da profundidade dos seus sulcos, pois o pneu está estruturalmente comprometido.

Rodízio

Recomenda-se o rodízio dos pneus devido às diferenças de peso, tração e cambagem entre os eixos de um veículo. Este procedimento proporciona um desgaste mais regular dos pneus e maior durabilidade, assegurando melhor aderência em curvas e frenagens durante sua vida útil. Recomenda-se executar o rodízio de pneus a cada 10.000 km.

Freadas, Arrancadas e Terrenos Severos

Freadas ou arrancadas bruscas provocam desgaste irregular e acelerado na banda de rodagem.

Subir ou descer nas guias da calçada, em acostamentos ou outros desníveis com severidade pode causar cortes e arrancar a banda de rodagem com quebras nos cordonéis da carcaça.

Roçar os pneus no meio-fio pode provocar separações no flanco (ou costado). Esta é a área mais delgada da estrutura do pneu a fim de permitir o flexionamento e absorção das irregularidades da pista.

Condições Mecânicas do Veículo

Os componentes mecânicos mal conservados interferem na durabilidade dos pneus, ocasionando desgastes e insegurança. Exemplos: amortecedores, molas, freios, rolamentos, buchas, eixos e rodas agem diretamente sobre os pneus.

Balanceamento

A falta de balanceamento em um pneu acarreta além do desgaste irregular da banda de rodagem, o desconforto ao dirigir, a perda de tração e de estabilidade, desgastes acentuados de rolamentos, amortecedores e todos os componentes da suspensão do veículo. O balanceamento deve ser periódico, conforme condições estabelecidas no Manual do veículo, ou quando surgirem vibrações, na troca ou conserto do pneu, ou a cada 10.000 km.

Alinhamento de Direção

A falta de alinhamento de direção provoca desgaste irregular na região dos ombros do pneu. Além disso, provoca instabilidades, insegurança e sobrecarga em componentes da suspensão (ex. pivôs, buchas, etc…)

O alinhamento deve ser feito sempre que ocorrer impacto na suspensão, troca de componentes da suspensão, troca de pneus, desgastes irregulares dos pneus, quando o veículo estiver puxando a direção para os lados, ou a cada 10.000 km.

Calibragem

Este capítulo merece um destaque especial, pois a calibragem é fundamental para a segurança, o rendimento quilométrico de um pneu e depende única e exclusivamente do usuário do veículo. Consulte o Manual do veículo para verificar a pressão recomendada (para as condições de utilização e carga). Calibre pelo menos a cada 7 dias e com os pneus frios.

A baixa pressão é grande inimiga dos pneus e geradora de sérios riscos de segurança:

  • Acelera o desgaste geral do pneu (trabalha mais quente).
  • Aumenta o desgaste nos ombros do pneu (apoio maior sobre essa área).
  • Aumenta o consumo de combustível (maior resistência ao rolamento).
  • Provoca perda de estabilidade em curvas (menor área de contato com o solo).
  • Deixa a direção pesada e dificulta o manejo (maior resistência).
  • Gera rachaduras na carcaça e na área dos flancos do pneu (mais flexão e mais calor).
  • Provoca quebra circunferencial da carcaça na área dos flancos (excesso de flexão).
  • Provoca bolsas de separação entre lonas e sob a banda de rodagem (gerada por calor e atrito).
  • Provoca desagregação da rodagem (geralmente na região dos ombros, onde o calor se acumula mais).

O excesso de pressão também gera problemas e podem comprometer a sua segurança:

  • Desgastes acentuados no centro da banda de rodagem (apoio maior sobre esta área).
  • Perda de estabilidade em curvas (menor área de contato com o solo).
  • Rachaduras na base dos sulcos (estiramento excessivo).
  • Menor resistência a impactos aumentando riscos de estouros (menor absorção).
  • Menor resistência a perfurações (rodagem mais rígida).
  • Compromete os componentes da suspensão (menor absorção).
  • Menor conforto ao dirigir: o veículo fica mais duro (menor absorção).